Abilio diz que vai proibir entrega de marmitas a moradores de ruas em Cuiabá

Caso ONGs e voluntários continuem fazendo as entregas medidas administrativas poderão ser tomadas


Kethlyn Moraes | RD News

O prefeito Abilio Brunini (PL) afirmou, nesta sexta-feira (17), que irá acabar com o programa do Município de entrega de marmitas a pessoas em situação de rua em Cuiabá e irá proibir que instituições e voluntários façam doações de marmitas nas ruas. A medida deve começar a valer em dois meses, com o fim do contrato com a empresa que fornece as marmitas, contrato este firmado na gestão anterior, do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).

Abilio Brunini (PL) | Secom-Cuiabá

“Não quero mais continuar com esse programa de entregar marmitas nas ruas. Não quero nem que a sociedade faça isso. Quero orientar a sociedade, as entidades religiosas, as associações: não entregue marmita nas ruas. A gente vai estabelecer um local de refeição, o restaurante popular, o restaurante lá do Centro de Apoio que nós vamos desenvolver”, afirmou.

A declaração foi feita durante entrevista nesta manhã, após uma vistoria em áreas ocupadas por moradores em situação de rua. O prefeito visitou, junto com o desembargador Orlando Perri, o canteiro que fica na rotatória do Alvorada, próxima a Rodoviária de Cuiabá. Barracas e “moradias” de lona improvisadas ocupam o canteiro. Segundo Abilio, a proibição da marmita é para evitar “facilitadores” para esses moradores continuarem ocupando as ruas.

“Todo tipo de facilitador para que as pessoas permaneçam na rua prejudica todas as ações de tentar tirá-las de lá. Ao mesmo tempo que a gente está lutando para fazer o convencimento para essas pessoas ir a um lugar de tratamento, de cuidado, tem pessoas facilitando a situação para que elas permaneçam aqui. Nós encontramos ali até produtos como relógios e outros utensílios. Como você vai saber qual é a forma que essas pessoas estão conseguindo captar os recursos delas para poder consumir as drogas?”, pontuou.

Segundo o gestor, a prefeitura deixará de entregar após o fim do contrato vigente com a empresa. A distribuição será feita nos restaurantes e estruturas montadas pelo Município.

“As pessoas que quiserem se alimentar, os moradores de ruas que quiserem se alimentar, terá um restaurante popular próprio para isso, onde vai ter assistente social, onde vai ter exames de saúde, alguns cuidados, mas sempre visando incentivar a pessoa a sair das ruas”, disse.

Caso as Organizações Não-Governamentais (Ongs), igrejas e outros grupos voluntários continuem fazendo as entregas e criem resistência a nova orientação, medidas administrativas poderão ser tomadas.

“A gente não quer sair aplicando multa em quem quer fazer um papel de solidariedade. O primeiro passo é a conscientização. Chamá-las, criar um projeto de conscientização, perguntar se elas querem oferecer esses alimentos em algum lugar específico e a gente pode dar o suporte para que elas ofereçam lá. Se a partir do diálogo a gente não conseguir resultado, a gente vai ter que tomar medidas de saneamento. Porque a Vigilância Sanitária não permite a distribuição de marmitas da forma pela rua. Então, se algum CNPJ, alguma associação quiser desafiar a vigilância sanitária, será notificado pelos leis que já são vigentes no nosso país”, finalizou.

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