Operação contra corrupção em emendas é apenas 'a ponta do iceberg'

As informações sobre a operação da Polícia Federal desta quinta-feira são de que o que foi encontrado é apenas “a ponta do iceberg”, afirmam fontes que acompanham as apurações. Existem mais investigações vindo em torno do mau uso das emendas parlamentares.


Por Míriam Leitão | O Globo

Na operação de hoje, que envolve supostos desvios de recurso de emendas parlamentares que seriam destinados para o Hospital Ana Nery, em Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul. foi encontrado dinheiro vivo, e até descobriram um contrato informando os percentuais da propina que seriam destinados aos intermediários.

O prédio do Congresso Nacional e a Esplanada dos Ministérios em Brasília — Foto: Ana Volpe/Agência Senado

A contrapartida a destinação de recursos via emenda parlamentar para o hospital era o pagamento de "comissão" de 6% sobre o valor captado. A autoridade policial, diz a decisão de Flavio Dino, aponta a existência de uma organização criminosa.

Foram descobertas também conversas gravadas sobre como lavar o dinheiro fruto dessa atividade. O inquérito da Polícia Federal cita troca de mensagens entre Lino Furtado, chefe de gabinete do deputado Afonso Motta (PDT-RS) e o diretor administrativo da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional do Rio Grande do Sul, Cliver Andre Fiegenbaum.

"No dia 10/01/2024, no chat entre LINO ROGÉRIO DA SILVA FURTADO e CLIVER ANDRE FIEGENBAUM há 07 (sete) mensagens apagadas, de ambos interlocutores. No entanto, após as mensagens apagadas, há um áudio de CLIVER ANDRE FIEGENBAUM, falando sobre valores, pagamentos que seriam efetuados em favor de LINO ROGÉRIO DA SILVA FURTADO: “Os pequenos eu posso complementar e botar mais 10 em cima. Pra tu confiar na parceria e eu quero continuar com a tua parceria ano que vem. (...) Então tu tem que ver, era 400, faltou 15, te levo mais, mais 25. Isso eu tenho do meu, aí eu nem envolvo ninguém, porque eu não quero estragar a parceria e tu vai ver que nós não vamos ratear contigo”.

A Polícia Federal achou também dinheiro e celulares escondidos no forro do escritório de uma das operadoras do esquema.

A expectativa é de que um outro inquérito que investiga o desvio de R$ 4,2 bilhões de emendas ganhe impulso com o depoimento do deputado Glauber Braga.


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