Foragida, Carla Zambelli reaparece para ameaçar ministros do STF de sanções na Europa

Eduardo Bolsonaro, que articulou retaliações do governo dos EUA ao judiciário e governo brasileiro, endossou movimento golpista da deputada cassada


Por Ivan Longo | Revista Fórum

Foragida e procurada pela Interpol, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), condenada à cassação e a 10 anos de prisão, reapareceu nas redes sociais, utilizando uma conta de sua mãe no X (antigo Twitter), para ameaçar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de sanções na Europa.

A deputada foragida Carla Zambelli. Créditos: Reprodução/Instagram

A extremista, cujo paradeiro exato é desconhecido, estaria na Itália e teria a intenção de, a exemplo de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que articulou junto ao governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, retaliações ao governo e judiciário brasileiro, articular sanções contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) também na Europa.

Neste sábado (19), um dia após o governo dos EUA anunciar a revogação de vistos de entrada no país do ministro Alexandre de Moraes e de outros magistrados do STF, Zambelli ameaçou os membros da Corte.

"Em breve vocês também não poderão vir para a Europa e eu provarei minha inocência, voltarei ao meu país e cabeça erguida", escreveu a deputada de extrema direita.

Eduardo Bolsonaro, por sua vez, endossou a ameaça de Carla Zambelli:

"É isso aí. É muito comum a Europa acompanhar os EUA em assuntos de sanções".

Deputada foragida

Carla Zambelli é alvo de um mandado de prisão preventiva expedido pelo ministro do Supremo Tribunal federal (STF) Alexandre de Moraes e está incluída na lista de procurados da Interpol. Ela foi condenada a 10 anos de prisão por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto.

Além da condenação criminal, a deputada enfrenta um processo de cassação de mandato na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. O relator do caso, Diego Garcia (Republicanos-PR), afirmou que irá se reunir com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), o presidente da CCJ, Paulo Azi (União Brasil-BA), e lideranças partidárias para definir os próximos passos do processo.

A defesa de Zambelli apresentou um pedido de acareação entre a deputada e Delgatti Neto na quarta-feira (2). O requerimento ainda está sob análise da comissão responsável. A parlamentar segue na Itália e não se apresentou às autoridades desde a expedição do mandado de prisão pelo STF.

O cenário aumenta a pressão sobre a Câmara dos Deputados, que deve se posicionar em breve sobre o uso indevido do imóvel funcional e o avanço do processo de cassação. O caso também reabre o debate sobre privilégios de parlamentares e uso de recursos públicos por investigados ou condenados judicialmente.

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