As transações foram analisadas no âmbito do inquérito que apura suspeita de coação no curso do processo da trama golpista
Por Sarah Teófilo | O Globo — Brasília
Relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) analisados pela Polícia Federal mostram que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, recebeu R$ 4,1 milhões entre setembro de 2023 e 5 de junho deste ano. A análise foi feita no contexto da investigação que terminou no indiciamento de ambos por coação no curso do processo e abolição violenta ao Estado Democrático de Direito.
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Os irmãos Carlos Bolsonaro (esq.) e Eduardo Bolsonaro (dir.), em publicação para comemorar aniversário do vereador pelo Rio — Foto: Reprodução/Instagram |
O Coaf apontou que no período, Eduardo transferiu R$ 4,14 milhões. Em outro período analisado, que não pode ser somado porque está dentro de um mesmo intervalo, mas com um recorte menor, ele recebeu R$ 1,08 milhão em créditos e R$ 1,5 milhão em débitos (15 de março de 2023 a 21 de fevereiro de 2024).
Já o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, um dos filhos do ex-presidente, recebeu R$ 4,8 milhões entre setembro de 2023 e agosto de 2024 e transferiu R$ 4,9 milhões no período.
Já o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, um dos filhos do ex-presidente, recebeu R$ 4,8 milhões entre setembro de 2023 e agosto de 2024 e transferiu R$ 4,9 milhões no período.
O Coaf também analisou movimentações financeiras da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que recebeu R$ 2,9 milhões e transferiu R$ 3,4 milhões no período de setembro de 2023 a agosto de 2024.
Os Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs) do Coaf reúnem informações e comunicações relativas a operações financeiras com indícios de lavagem de dinheiro, de acordo com parâmetros estabelecidos em lei. Os documento por si só não representam irregularidades, mas podem ser usados por órgãos como a Polícia Federal e o Ministério Público Federal para desdobrar investigações.
Na quarta-feira, Bolsonaro e seu filho Eduardo Bolsonaro foram indiciados por coação no curso do processo e abolição violenta ao Estado Democrático de Direito. Conforme a polícia, eles atuaram para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) em meio ao julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado com o objetivo de livrá-lo.
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