Vereador bolsonarista acusado de homicídio vai a ato e ataca Moraes: "aquele leproso" (VIDEO)

Eleito vereador de Manaus em 2024, Sargento Salazar, do PL, é investigado pelo Ministério Público por homício qualificado e possui milhões de seguidores nas redes


Revista Fórum

Durante o ato bolsonarista realizado neste último domingo (3) em Manause, o vereador bolsonarista Sargento Salazar (PL), que é acusado de homicídio qualificado pelo Ministério Público do Amazonas, atacou o ministro Alexandre de Moraes com ofensas, chamando-o de “leproso” e “cabeça de ovo”. 

Vereador bolsonarista Sargento Salazar, acusado de homicídio em Manaus | Reprodução/Redes Sociais

“Contem comigo, meus amigos, que vai daquele jeitão. E pau no cabeça de ovo, aquele leproso”, disse o parlamentar, apoiador de Jair Bolsonaro, em cima de um trio elétrico.

Quem é Sargento Salazar

Salazar tem 41 anos, é policial militar e empresário, e foi eleito com 22.594 votos, o vereador mais votado da cidade em 2024, defendendo pautas ligadas à segurança pública. Ele se apresenta como conservador, defensor da família e apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ganhou notoriedade nas redes sociais com vídeos de abordagens policiais e sátiras sobre criminalidade em Manaus.

O vereador foi formalmente denunciado pelo Ministério Público do Amazonas por homicídio qualificado, em um caso que ainda está em andamento. Mesmo com a acusação, mantém forte presença pública e continua alinhado ao discurso bolsonarista. Nas redes sociais, Salazar tem o mesmo alcance de influenciador digital: no Instagram, reúne mais de 629 mil seguidores; no TikTok, passa dos 502 mil; e no YouTube, quase atinge a marca de 1 milhão de inscritos.

O caso analisado pelo MPF remonta a junho de 2019, quando, durante uma folga, ele perseguiu dois suspeitos de assalto em uma motocicleta e efetuou seis disparos contra um deles, matando Felipe Kevin de Oliveira Costa, de 27 anos.

Segundo a denúncia, Salazar estava em seu carro particular quando presenciou um roubo em um ponto de ônibus. Ele seguiu os suspeitos, colidiu contra a moto em que estavam, e, ao descer do veículo, abriu fogo. Um dos homens conseguiu fugir; o outro morreu no local.

O policial não registrou boletim de ocorrência e só admitiu ser o autor dos disparos mais de um ano depois, quando foi identificado por câmeras de segurança. Em depoimento, alegou legítima defesa, dizendo que os suspeitos atiraram durante a fuga. Contudo, a investigação descartou troca de tiros e concluiu que Felipe Kevin não estava armado — nem era o assaltante reconhecido pela vítima. Nenhuma arma foi encontrada na cena do crime.

Salazar nega as acusações. Diz ser "alvo de fake news" e ameaça processar veículos de imprensa. Ele tem um histórico controverso: desde 2009, foi citado em 24 investigações ou ações judiciais, incluindo abuso de autoridade, crimes militares e três outras mortes.

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